Eles também dançam
Homens usam virilidade e galanteio na dança folclórica árabe
Rafael Coelho

A dança na cultura árabe não é só uma prática feminina. “Já na Antiguidade os homens praticavam a dança folclórica árabe. Para eles a presença masculina é sinal da força de cada um, virilidade, o poder do charme, galanteio ou o companheirismo para com sua esposa”, conta Jorge Sabongi, descendente de sírios e libaneses e proprietário da casa de chá e cultura egípcia Khan el Khalili.
“No Oriente, os homens sempre apresentaram o folclore árabe em solo, como o dabke, que tem como característica principal bater os pés no chão. O curioso é que eles dançavam sim em parceria, mas só dentro de casa e com sua esposa. Com o passar dos anos, já na dança moderna, a representação em par, com homens e mulheres, chegou aos teatros e shows”, explica Marcio Mansur, bailarino de dança.
A dança Saiíde ou com bastão, como também é conhecida, surgiu por causa do costume dos homens egípcios que carregavam consigo um cajado longo, que servia para caminhar, se proteger em combates ou para pastorear rebanhos. Eles acabavam usando este cajado para dançar em situações comemorativas.
A Báladi é uma dança nativa, tradicional e popular no Egito e geralmente é passada de geração em geração, em festas de casamento onde o homem divide o espaço com a futura esposa ou com familiares. O comerciante Rodolfo Bugart, 26 anos, iniciou na dança há poucos meses. Segundo ele, sua esposa aprovou a idéia.
“De início ela estranhou. Mas aí quando comecei a mostrá-la como era bonita ela até se interessou para entrar. Além de dar ao homem um toque de romantismo e sensualidade, confirma ainda mais a sua masculinidade, tendo em vista que você deixa a inibição e o preconceito de lado”, afirma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário